terça-feira, 18 de outubro de 2011

Life...sucks!!!

É com grande tristeza que constato que ninguém, mas ninguém que eu conheço é verdadeiramente feliz...e isto assusta-me, faz-me lembrar que não sou eterna, que qualquer dia parto e nunca fui verdadeiramente feliz....já tive momentos (pontuais) de felicidade, mas não consigo identificar uma período da minha vida em que tenha sido verdadeiramente feliz. E depois, em dias como hoje, constato que, mesmo aquelas pessoas, que achava que até tinham uma vida "decente".....estão na m****.

E eu também....

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Porque às vezes precisamos de relembrar estas lições para seguir em frente….

Hércules era ainda jovem, inexperiente, tinha uma longa vida diante de si, mas o seu coração vivia insatisfeito. Olhava à sua volta e via que alguns dos seus amigos passavam a maior parte do tempo a divertir-se, a beber e a sair com as raparigas, enquanto ele era obrigado a trabalhar de sol a sol, apara ajudar no sustento da sua casa.
Certa manhã, o seu padrasto pediu-lhe que fosse a uma cidade próxima comprar fermento para o pão. Hércules obedeceu, mas como era a primeira vez que andava por aquele caminho, chegou a uma encruzilhada e não soube que direcção tomar.

O caminho da direita era acidentado e cheio de pedras, sem qualquer beleza natural, mas Hércules notou que conduzia a uma bela cordilheira de montanhas azuis no horizonte. O caminho da esquerda era largo e plano; estava ladeado de por um rio de águas claras, contornava uma plantação de árvores de fruto, e pássaros cantavam em toda a sua extensão. Entretanto, uma bruma matinal não deixava ver onde o caminho ia dar.

Enquanto o jovem meditava, procurando descobrir a melhor decisão para cumprir a missão que lhe fora conferida, notou que duas lindas mulheres se aproximavam, cada qual por um dos caminhos. A que vinha da vereda arborizada chegou primeiro, já que a trilha era mais fácil de percorrer; Hércules notou que tinha o rosto dourado do sol, olhos brilhantes, e dirigiu-se a ele com uma voz doce e persuasiva:
- Olá, rapaz de imensa força e atitude correcta! – disse. – Segue-me e conduzir-te-ei por lugares amenos, onde não há tormentas para castigar teu corpo nem problemas para entristecer tua alma. Viverás como os teus amigos, numa ronda incessante de música e alegria, e nada te faltará: nem o vinho que refresca, nem as camas confortáveis, nem as mais belas moças da região. Vem comigo, e a tua vida será um sonho.

Nesta altura, a outra mulher – que vinha pela trilha da montanha – também tinha chegado à encruzilhada. E disse a Hércules:
- Não tenho nada disso para prometer. Tudo o que encontrarás neste meu caminho é aquilo que podes conseguir com a tua força e a tua vontade. A trilha por onde te conduzirei é irregular e amedrontadora, às vezes com subidas muito inclinadas, às vezes com vales onde os raios de sol nunca conseguem entrar. A paisagem que verás pode ser majestosas e imponentes, mas também solitárias e assustadoras. No entanto, este é o caminho que conduz às montanhas azuis da fama e da conquista, que podes ver à distância. Não podes chegar a elas sem esforço, e tudo o que desejares deve ser fruto do teu trabalho. Se quiseres comer, é preciso plantares. Se quiseres o amor, é preciso amares. Se quiseres o Céu, deves ser digno de entrar pelos seus portões. Se quiseres que se lembrem de ti, deves estar pronto para lutar a cada minuto da tua vida.

- Como é que te chamas? – perguntou Hércules.
- Alguns chamam-me Trabalho – respondeu a mulher. – Mas outros chamam-me Virtude, e eu prefiro este nome.
Hércules então voltou-se para a outra mulher.
- E qual é o teu nome?
- Alguns chamam-me Prazer – disse aquela que viera pelo caminho florido. – Mas prefiro que me chamem Sorte.
- Prazer, eu não posso ver até onde conduz o caminho para o qual me convidas – comentou Hércules. – Por outro lado, a Virtude mostra-me as montanhas no horizonte, e onde posso chegar com o resultado dos meus esforços.

E, pegando na mão da Virtude, entrou com ela no caminho que o conduzia ao seu próprio destino.

Nota: adaptação do escritor James Baldwin, sobre publicado nas crónicas de Paulo Coelho um dos episódios que marcaram a juventude de Hércules, personagem sobejamente conhecida da mitologia grega.